quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Senado vai realizar sessão solene em homenagem a Djalma Maranhão


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Por ocasião da passagem dos 100 anos de nascimento do político potiguar Djalma Maranhão, já falecido, o ex-prefeito de Natal e ex-deputado federal será homenageado em sessão especial do Senado, em data ainda ser marcada. A sessão vai acontecer a pedido da senadora Fátima Bezerra (PT-RN). “Dada a relevante atuação e corajosa história política de Djalma Maranhão, consideramos extremamente meritória a realização de sessão especial em homenagem a este herói potiguar”, explicou a senadora. Primeiro prefeito eleito de Natal, Djalma Maranhão, em sua segunda gestão, criou a campanha “De pé no chão também se aprende a ler” – um dos mais importantes projetos de educação inclusiva, que contou com a colaboração de Paulo Freire e fez com que sua gestão fosse considerada uma das mais progressistas da história da capital do Rio Grande do Norte. O projeto consistia em enfrentar as barreiras para a alfabetização, construindo acampamentos escolares onde não era possível construir escolas de alvenaria; qualificar professores e elaborar os próprios materiais e instituir o que ainda hoje é visto como um princípio da gestão pública: o acompanhamento da política pública por supervisores, a fim de avaliá-la continuamente.

Djalma Maranhão nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte, a 27 de novembro de 1915, e, com apenas 15 anos filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1934, alistou-se no Exército, mas, com a Intentona Comunista de 1935, contra o governo Getúlio Vargas, foi expulso da corporação, cumprindo pena de 19 meses de detenção. Ao retornar a Natal, Djalma retomou a militância política., mas pordiscordar da rigidez partidária exigida pelo PCB, deixou o partido, filiando-se ao Partido Social Progressista, pelo qual foi eleito deputado estadual, em 1954. No seu mandato, adotou posições nacionalistas e de centro-esquerda, defendendo bandeiras como a mineração do tungstênio e do petróleo, a soberania nacional, a defesa do litoral brasileiro, da pesca artesanal e da produção algodoeira do Rio Grande do Norte.

No ano de 1956, em uma aliança da União Democrática Nacional (UDN) e do PSP de Café Filho, foinomeado Prefeito de Natal, tendo assumido uma cidade com grande déficit orçamentário. Em 1958, Maranhão disputou a eleição para deputado federal pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN),conquistando a 1ª suplência e assumindo o mandato de maio de 1959 a novembro de 1960. Nesse período, denunciou inúmeras vezes as preferências do governo brasileiro em financiar empresas estrangeiras em detrimento dos agricultores da região do Seridó. Deixou a Câmara para assumir pela segunda vez a prefeitura, dessa vez pelo voto direto.

Com o golpe militar de 1964, Djalma Maranhão teve seus direitos políticos cassados por dez anos, exilando-se no Uruguai, e, em 30 de julho de 1971, aos 55 anos, Djalma Maranhão foi encontrado morto em sua cama, na Av. 18 de Julio, Montevideo, Uruguai. 


O requerimento para realização da sessão especial teve apoio de mais de 10 senadores, incluído os senadores Garibaldi Alves Filho e Agripino Maia.

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