quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Fátima Bezerra critica postura de Gilmar Mendes


A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) criticou duramente a postura do ministro Gilmar Mendes, que pede a reanálise das contas do governo Dilma de 2014, já aprovadas pelo tribunal e que tiveram como relator o próprio ministro. A senadora disse que Gilmar Mendes vem extrapolando suas prerrogativas de agente jurídico e está agindo politicamente em seus julgamentos no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior Eleitoral. A afirmação foi feita durante sabatina do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, nesta quarta-feira (26).

Fátima defendeu a reputação do vice-procurador da República, Eugênio Aragão, que havia sido acusado por outros parlamentares de atuar com parcialidade. “Se há alguém que age com parcialidade e falta de isenção é o ministro Gilmar. O Brasil inteiro sabe do ódio que ele tem em relação ao PT, mas ele não pode extrapolar sua função por causa disso”, ressaltou.

Fátima citou sessão do TSE em que o ministro destratou sua colega, a também ministra Maria Thereza de Assis Moura, após ela ter rejeitado, como relatora, o prosseguimento da ação do PSDB contra a presidenta Dilma por abuso de poder econômico durante a campanha. “Será que o ministro Gilmar perdeu o controle emocional porque a ministra não aceitou as ações impetradas pelos partidos de oposição contra a campanha da presidenta? Ou será que foi porque ela afirmou que técnicos do TSE constataram irregularidades nas prestações de contas do outro candidato?”, ressaltou a parlamentar.

Seletividade

Durante a sabatina do procurador, Fátima Bezerra pediu que Janot se posicionasse sobre as frequentes críticas de que estaria havendo seletividade nas denúncias apresentadas pela PGR nas investigações da Operação Lava Jato. “Não há seletividade. Quero deixar claro que não existe lista do Janot, como temos ouvido falar. Esses fatos e os nomes das pessoas têm sido trazidos por indicação dos colaboradores da Justiça. A gente investiga os fatos apontados por aquelas pessoas. Por isso eventualmente pode parecer seletividade, mas é o material que nos chega às mãos para investigação”, explicou o procurador-geral.

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