
O ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB) mencionou o Rio Grande do Norte como um estado que não dispõe de prioridades do governo Federal. O discurso do tucano se assemelha ao que vem sendo proferido pelos líderes da oposição potiguar, como os senadores José Agripino Maia (DEM) e Rosalba Ciarlini (DEM), por exemplo. Serra chegou ontem ao Olimpo Recepções, no prolongamento da Prudente de Morais, acompanhado do senador e seguiu direto para a palestra direcionada aos empresários, promovida pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Natal. Entre outras coisas, o pré-candidato paulista teceu comentários sobre os índices de saneamento, os quais classificou de irrisórios no Rio Grande do Norte. Ele disse que o RN e a Paraíba ficaram para trás, enquanto outros Estados, como o Ceará, conseguem executar projetos estruturantes.Sobre o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, o tucano afirmou que as obras estão caminhando de maneira insatisfatória. “O Rio Grande do Norte precisa de um grande Aeroporto. O de São Gonçalo é muito bom, mas está muito atrasado. Tem que fazer uma concessão para fazer uma PPP e permitir que as pistas tenham um terminal. Ele chegou, mas em uma velocidade inadequada”, enfatizou. O tucano observou ainda que o RN e o Ceará têm um grande potencial no setor de energia eólica. “A energia eólica terá prioridade, assim como a solar”, referendou.
José Serra criticou ainda as condições de financiamento e infra-estrutura para assegurar o desenvolvimento no Rio Grande do Norte, as quais, na sua opinião, são insatisfatórias. Ele prometeu adotar medidas para enfrentar tais desafios, se for eleito em outubro para presidir o país. “O RN ficou para trás em saneamento básico”, destacou o candidato tucano.
Durante a palestra aos empresários o ex-governador de São Paulo lembrou ainda que, no período da ditadura, foi exilado e condenado. A referência é comumente mencionada pelo grupo petista, já que a candidata do PT à presidência, Dilma Roussef (PT), foi guerrilheira e chegou a ser torturada no período da repressão política. “Eu tinha filiação partidária quando ninguém no movimento estudantil apoiava candidato. Marcos Guerra foi meu contemporâneo. Nesse tempo eu passei a ter visão de conjunto. Era um período agitado no Brasil, em que todo mundo foi exilado. Eu não fui masoquista pra ficar e ser preso”.
José Serra disse que hoje se considera mais bem preparado para assumir a presidência da República, fazendo um comparativo a 2002, sua primeira disputa ao cargo. À época perdeu para o atual presidente, o petista Lula.
Durante o evento, ele recebeu um documento com reivindicações das entidades empresariais, entregue pelo presidente da CDL, Ricardo Abreu. Entre as reivindicações, estão investimentos em projetos estruturantes para o RN e acesso mais amplo a financiamentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário