terça-feira, 9 de agosto de 2016

Impeachment: Fátima declara que não compactua com golpe


Ao se posicionar contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff durante a sessão de pronúncia do impeachment do Senado, a senadora Fátima Bezerra disse que não compactua com golpe. Para ela, o relatório do senador Antonio Anastasia, que pede o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, é fraudulento,  já que, em quase três meses de trabalho da comissão, a acusação não conseguiu provar que a presidenta tenha cometido crime algum que justifique seu afastamento. “Não adianta quererem nos censurar, retirando das notas taquigráficas as palavras infâmia, fraude, porque diante da falta de embasamento jurídico de comprovação de crime de responsabilidade por parte da Presidenta Dilma, é, sim, um relatório fraudulento este apresentado pelo senador Anastasia!”, disse.

Para a Fátima, as chamadas pedaladas fiscais e os decretos de crédito suplementar não passam de artifícios utilizados por aqueles que procuram um atalho para efetivar o golpe e implantar um novo projeto de governo, que já foi rejeitado quatro vezes nas urnas. “Esse não é só um golpe contra a Presidenta Dilma, contra a Constituição e contra a democracia. Trata-se também da imposição de uma agenda para confiscar direitos dos trabalhadores, conquistados desde a Era Vargas, passando pela Constituição cidadã e pelos governos Lula e Dilma!”, afirmou

Fátima lembrou que, se efetivado, o golpe jogará o país em um longo período de autoritarismo e de perda de direitos dos trabalhadores. “Antes mesmo da certeza do poder, já colocam em curso o projeto de dilapidação do patrimônio público, por meio das privatizações feitas de forma açodada e irresponsável, e da entrega do nosso pré-sal, tão importante para garantirmos a continuidade das metas do precioso Plano Nacional de Educação, pelo qual tanto lutamos!”, lembrou. Ela lembrou também as reformas previdenciária e trabalhista, já anunciadas, que devem alterar a jornada de trabalho, aumentar limite de idade e tempo de contribuição para aposentadoria, entre outras perdas.

Para a senadora é, no mínimo, uma injustiça o fato de a presidenta Dilma, contra quem não há nenhuma denúncia de envolvimento em crimes, estar sendo afastada do cargo para, em seu lugar, ser colocado alguém que tem seu nome envolvido em várias delações no âmbito da Lava Jato, como é o caso do presidente interino. “Enquanto  Dilma está sendo afastada por ter atrasado repasses, para bancos públicos, de subvenções dadas a agricultores para impulsionar a economia no país e, por fazer adequações orçamentárias para cumprir compromissos especialmente com programas sociais, o presidente que usurpou sua cadeira e vários membros de sua equipe têm seus nomes envolvidos em delações ocorridas nas investigações da Lava Jato.

No último final de semana, a revista Veja divulgou a notícia de que o presidente interino, Michel Temer, teria pedido "apoio financeiro" da Odebrecht para o PMDB e que a empresa teria repassado R$ 10 milhões em dinheiro vivo a integrantes do partido nas eleições de 2014. Além disso, a matéria traz a informação de que a campanha do hoje ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), à Presidência da República, em 2010, recebeu R$ 23 milhões da empreiteira via caixa dois.

“É uma blindagem vergonhosa, que escancara o que temos dito, que o impeachment é também para sepultar investigações!”, salientou.

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