sexta-feira, 30 de abril de 2010

Seca está configurada no interior do Estado

A situação nas regiões Oeste e Central do Rio Grande do Norte é de seca configurada. A análise é da Emparn com base na média de precipitações para essas regiões, onde segundo o meteorologista Gilmar Bristot, choveu apenas 60% da média histórica. O último registro de seca configurada para essas áreas refere-se ao ano de 2001. As chuvas, em alguns municípios dessas regiões, foram suficientes apenas para formar pasto ou proporcionar a colheita de culturas com ciclo mais curto, como o feijão. Nem mesmo os açudes de pequeno porte chegaram a sangrar. É o que alguns agropecuaristas costumam classificar de “seca verde”.

DivulgaçãoGilmar Bristot, da Emparn: risco até mesmo para o plantio do feijãoGilmar Bristot, da Emparn: risco até mesmo para o plantio do feijão
Em Santana do Matos onde as águas levaram parte das estradas de acesso ao município, neste período do ano, em 2009, choveu apenas 123.6 milímetros de primeiro de janeiro até 29 de abril. Em Assu, que registrou alagamentos, desabrigados e perdas de lavouras, o volume de chuva foi de 138,9 milímetros. Mas inverno no sertão ainda não acabou. A previsão da Emparn é de que as chuvas continuem, mas de forma isolada em alguns municípios. “Mesmo assim, essas precipitações não devem ser suficientes ao plantio. O agricultor não deve plantar, nos municípios dessas regiões, pois o ciclo de chuvas vai até meados de maio”, alerta o meteorologista. A observação vale para os municípios do alto e médio Oeste e, na região central, inclui aqueles do Seridó.

O chefe do setor de meteorologia da Emparn classifica de bastante arriscada a postura de alguns agricultores e até mesmo prefeituras à medida que continuam cortando terra e oferecendo sementes para plantio. “Até mesmo o feijão, que tem um ciclo de 60 dias, é arriscado plantar. Não haverá chuva suficiente, nem com regularidade”. Porém, em alguns municípios, como Assu e Mossoró, ainda têm muito agricultor plantando e esperando por dias de chuvas.

A previsão feita pelos especialistas — de inverno abaixo da média a normal para o semiárido do Rio Grande do Norte — se configurou, como indicam os dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN. Gilmar Bristot aguarda os dados de safra oriundos da Conab e IBGE, mas prevê queda de até 60% na colheita deste ano para essas regiões devido à irregularidade das precipitações.

A escassez de chuvas, no mês de março, agravou a situação. Em alguns municípios da região Oeste, a retomada das chuvas no mês de abril ajudou a reduzir a dimensão da seca. As perdas para a agricultura poderiam ser maiores, afirma Bristot, caso a Emparn não tivesse alertado o Governo quanto à suspensão de distribuição de sementes de algumas culturas. “Poderíamos ter uma perda maior, e com mais prejuízo financeiro”, diz o meteorologista.

O alerta de inverno abaixo da média a normal, feito em fevereiro, também deveria ser levado em consideração por pecuaristas das regiões Central e Oeste. A preocupação dos técnicos do Governo é quanto à sobrevivência e eventual depreciação do rebanho bovino. Em alguns municípios, o verde da jurema, pereiro e juazeiro, passa a impressão aos viajantes de que naquelas regiões está “bem chovido”. Não está. Com a iminência do término do inverno para essas áreas do Estado, a atenção e a expectativa estão voltadas aos municípios da região Agreste e Litoral do RN, onde a previsão é de inverno acima da média.

fonte TN

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